Existem hoje diversos materiais e técnicas de branqueamento que, desde que selecionados e usados correctamente, permitem resultados eficazes de forma segura. Embora existam disponíveis no mercado (supermercados, farmácias, TV-Shops, etc) produtos de venda livre publicitados como branqueadores, nenhum paciente deve optar pelo seu uso, pois para além da sua menor ou duvidosa eficácia e da ausência de certificação e controlo de qualidade, constituem opções pouco seguras. Inversamente, existem também técnicas de uso exclusivamente profissional que, embora potencialmente eficazes, não estão devidamente estudadas no que se refere à sua segurança a médio e longo prazo. A importância deste binómio eficácia/segurança remete-nos de imediato para as questões seguintes.
Estética Dentária
A Estética Oral é a especialidade da Medicina Dentária que possibilita o branqueamento dos dentes, uso de resinas diretas, peeling gengival, facetas e restaurações estéticas devolvendo a estética perdida e a função mastigatória normal.
Os branqueamentos dentários são eficazes e seguros?
São necessárias luzes de lazer ou de outro tipo para branquear os dentes?
Antes de mais importa esclarecer que as luzes não branqueiam os dentes. O que exerce um efeito branqueador são os produtos químicos aplicados em simultâneo. As luzes são usadas como forma de acelerar a reacção química dos produtos na tentativa de tornar o processo de branqueamento mais rápido. Contudo, as luzes são geralmente utilizadas com produtos de maior concentração, que por si só já aceleram o processo de branqueamento, pelo que esta vantagem potencial pode não ser sequer clinicamente perceptível, quando comparada à cor obtida com os mesmos produtos sem a aplicação de luz. Além disso, as luzes que geram calor, capaz de acelerar significativamente a reacção química, podem ser contraproducentes em dentes vitais, na medida em que o aumento de calor poderá ser facilmente lesivo para a polpa dos mesmos.
Que materiais e técnicas de branqueamento podem ser usados?
Excluindo de imediato os produtos de venda livre, pelas razões enunciadas anteriormente, no que se refere às técnicas de branqueamento executadas ou acompanhadas por profissionais podemos distingui-las, de uma forma geral, com base nas concentrações dos produtos químicos usados e na forma como são aplicados. A concentração dos produtos activos presentes nos materiais de branqueamento pode variar num intervalo muito amplo (cerca de 10 vezes), tal como a forma como são aplicados, desde uma simples aplicação directa do material em casa pelo próprio paciente ou usando uma goteira confeccionada por um profissional e que se adapta rigorosamente aos seus dentes, até à aplicação directa de forma mais intensa efectuada por clínicos em ambiente de consultório. No primeiro caso utilizam-se geralmente os produtos de menor concentração (o peróxido de carbamida a 10% é o mais usado e estudado), por períodos variáveis (desde 1 a 6 horas diárias) durante vários dias ou semanas. No segundo caso usam-se produtos de maior concentração (usualmente peróxido de hidrogénio) que, por essa razão, devem ser aplicados por profissionais sob condições perfeitamente controladas. Esta versatilidade de opções terapêuticas transportanos, evidentemente, para a próxima questão.
Quem pode ser submetido a um branqueamento dentário?
Em princípio, qualquer pessoa com um bom estado de saúde oral pode efectuar um branqueamento dentário. Pacientes com problemas dentários (nomeadamente lesões de cárie, hipersensibilidade ou desgastes) e gengivais podem necessitar de tratamentos prévios. Relativamente à idade, mesmo os jovens e adolescentes podem efectuar branqueamentos, embora as características anatomo-fisiológicas dos dentes nesta faixa etária exijam cuidados especiais. Pessoas que possuam restaurações e próteses na boca devem ser alertadas para a necessidade eventual de substituição das mesmas no final do tratamento, de forma a harmonizar a cor, na medida em que os produtos de branqueamento não actuam na cor dos materiais que as compõem.
Quais devem ser usados?
A selecção da técnica a ser usada depende essencialmente das condições clínicas do próprio paciente, das suas expectativas e da rapidez pretendida no tratamento. Para além destas premissas, deve ser o profissional a aconselhar a técnica mais correcta sempre com base na melhor relação eficácia/segurança. De um modo geral, “o tratamento doméstico” com produtos de baixa concentração, sob prescrição, instrução e controlo dos profissionais, constitui uma técnica eficaz e segura a médio e longo prazo. A utilização de produtos de maior concentração efectuada por profissionais em ambiente de consultório, ainda que eficaz, carece de estudos clínicos que suportem a sua segurança, pelo menos em determinadas condições clínicas.
Que efeitos secundários podem surgir?
De um modo geral os efeitos secundários, quer a nível dentário quer a nível das gengivas, estão relacionados com a concentração dos produtos, a forma como são aplicados e as condições específicas de cada paciente. Os mais frequentes são a sensibilidade dentária e algum desconforto gengival que usualmente desaparece com a interrupção do tratamento. Contudo, a aplicação incorrecta dos produtos químicos de maior concentração, com ou sem luzes acessórias, pode provocar lesões mais graves e duradouras.